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Crédito consignado com juro menor para CLTs ainda depende de regras e plataforma; entenda

Crédito consignado com juro menor para CLTs ainda depende de regras e plataforma; entenda

08/02/2025 às 12h30
Por: Redação
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Recursos terão garantia do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Recursos terão garantia do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Anunciado pelo governo como solução para baratear os juros e destravar os empréstimos ao setor privado, o empréstimo consignado com garantia dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ainda precisa de alguns passos para se tornar realidade.

São eles: a regulamentação, que pode ser feita por meio de projeto de lei ou Medida Provisória, e a conclusão de uma plataforma (site) operacional, onde as opções de crédito oferecidas pelos bancos estarão disponíveis.

Questionado pelo g1, o Ministério da Fazenda não deu mais detalhes sobre esses pontos. Informou apenas que não comentaria o assunto.

????O empréstimo consignado é uma modalidade de crédito, em que o pagamento das parcelas é descontado diretamente na folha de pagamentos ou no benefício previdenciário (se houver) do solicitante.

De acordo com informações do Ministério do Trabalho, divulgadas em outubro do ano passado, a expectativa era de que esse formato de empréstimo estivesse disponível aos trabalhadores no primeiro semestre deste ano.

????O FGTS é direito de toda pessoa com contrato de trabalho formal, trabalhadores domésticos, rurais, temporários, intermitentes, avulsos, safreiros e atletas profissionais. Trata-se de um valor de 8% do salário que é depositado pelo empregador, mensalmente, em nome do funcionário.

Segundo o governo, todos os trabalhadores com carteira assinada poderão ser beneficiados com o novo formato de acesso ao empréstimo consignado – um universo de 47 milhões de pessoas (dado de dezembro do ano passado).


Passo a passo

Segundo o governo, assim que estiver operacional, a modalidade deve funcionar da seguinte forma:

  1. o trabalhador entra no eSocial (Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas);

  2. na plataforma, que ainda está sendo desenvolvida, várias instituições financeiras poderão fazer ofertas de empréstimos, informando a taxa de juros, e o trabalhador poderá comparar as propostas e escolher a mais vantajosa;

  3. isso eliminará a necessidade que existe atualmente de os empregadores fecharem acordos com as instituições financeiras;

  4. a regulamentação ainda não saiu, mas a ideia, segundo o governo, é que os empregados da iniciativa privada possam comprometer até 35% de sua remuneração bruta mensal para pagar a dívida — incluindo benefícios, abonos e comissões;

  5. as informações iniciais são de que os trabalhadores poderão dar, como garantia, a multa rescisória de 40% do FGTS nas demissões sem justa causa, e, também, uma parte dos recursos que o empregado tem no fundo (10% do valor).

  6. com isso, no caso de demissão, os trabalhadores deixariam de receber esses recursos para pagar os empréstimos.

  7. caberá ao empregador separar mensalmente o valor do empréstimo do salário dos trabalhadores e enviar os recursos para a Caixa Econômica Federal, responsável por fazer o repasse aos bancos.

Juro menor e mais crédito

Em outubro do ano passado, o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena, estimou que a nova linha de crédito, quando começar a funcionar, deve reduzir a taxa de juros para um patamar próximo ao valor cobrado dos aposentados e servidores públicos no consignado.

  • Isso será possível por conta das garantias (multa do FGTS e 10% do saldo dos trabalhadores) atreladas aos empréstimos.
  • Se confirmada essa projeção, isso possibilitará uma queda de cerca de 40% nos juros cobrados nestas operações.

Veja a taxa média de juros cobrada no crédito consignado em dezembro do ano passado, segundo dados do Banco Central:

  • Servidores públicos: 1,8% ao mês, ou 23,8% ao ano;
  • Aposentados do INSS: 1,66% ao mês, ou 21,9% ao ano;
  • Trabalhadores do setor privado: 2,89% ao mês, ou 40,9% ao ano.
"Milhões de pessoas que hoje não têm acesso ao crédito consignado passarão a ter um mecanismo moderno, eficiente, transparente, com uma plataforma em que você vai poder comparar as taxas de juros praticadas pelo sistema bancário", afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no fim de janeiro.

"A pessoa vai poder fazer o seu pedido para o banco que eventualmente estiver disposto a oferecer para ele o crédito com aquela taxa", completou.

Segundo o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney, a iniciativa poderá triplicar o volume total de empréstimos ao setor privado com desconto na folha de pagamentos.

Atualmente, há cerca de R$ 40 bilhões (estoque em mercado) concedidos aos trabalhadores, volume que poderá avançar para R$ 120 bilhões após as mudanças.

“Estamos assumindo um compromisso com o governo de fazer com que nós tenhamos o crescimento do crédito privado para o trabalhador celetista, desde que nós consigamos enxergar os dados dos trabalhadores, das empresas, e a gente enxerga a plataforma eSocial como um veículo importante de acesso à informação", disse Isaac Sidney, da Febraban, durante evento no Palácio do Planalto.

Fonte: G1

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